sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Diretamente do do Blog Chorrochó em Foco

HOJE É DIA DE SÃO FRANCISCO PADROEIRA DO DISTRITO DE BARRA DO TARRACHIL. E O BLOG CHORROCHOEMFOCO PRESTA HOMENAGEM AOS TARRACHIENSES CONTANDO UM POUCO DA HISTORIA DA BARRA DO TARRACHIL/CHORROCHO-BA
 
 
  



“A origem do nome Barra do Tarrachil é atribuída a uma homenagem ao riacho Tarraxil ali existente. Na época das chuvas o mesmo desaguava no Rio São Francisco, onde suas águas ficavam em formas de barras, daí os mais velhos batizaram o lugar como Barra do Tarrachil.”
Segundo o Arquivo Público da Bahia a Fazenda Tarraxil já existia desde 1779. Lá tinha uma Casa onde morava  Manoel Moreira da Silva seu filho Liborino e os escravos José, Maria, Lautério, Quitéria,  e Manoel; os agregados Maria e Quitéria – 9 pessoas.
Já em 1857, segundo o Arquivo Público da Bahia, aparece uma relação com o nome dos terrenos e o nome das pessoas que compraram terras à margem do Tarrachil, e na Fazenda  Barra do Tarrachil ao procuradores da Casa da Torre Sebastião José Lopes e Nicolau Tolentino da Conceição.


Em 1932 na beira do rio havia apenas duas casas de taipa pertencentes ao Senhor Francisco Nery de Santana casado com Teodora Maria da Conceição e a André do Nascimento. Eles tinham duas canoas a remo que serviam para pescar e também atravessar o rio para ir à Belém do São Francisco fazer compras ou ir ao  médico quando necessário.

  Os primeiros habitantes foram Severo Francisco da Silva, Teco Ferreira da Silva e André Francisco da Silva.
  Ao lado da nascente existia a fazenda Mulato de propriedade do  senhor Policarpo Rodrigues Lima, filho do Major Domingos, natural de Rodelas - BA, grande criador de gado. Ele comprava as boiadas em Jacobina – BA e Senhor do Bonfim – BA e desciam para Rio Branco, atual Arcoverde, em Pernambuco.


Os tangedores desciam a pé tocando a boiada. No caminho tinha a casa do Senhor Antonio dos Santos, casado com Antonia. Como a casa era grande os tangedores ali se hospedavam para descansar. Colocavam o gado num cercado e ali ficavam de um a dois dias, depois seguiam viagem. Chegando à beira do rio jogavam os bois na água e atravessavam nadando. Naquela época não havia porto e nem balsa, só o lugar de passagem dos bois. O resto era tudo coberto de árvores.



Depois foram chegando outros moradores e construindo mais casas, todas de taipa. Esses moradores foram se apropriando das terras da beira do rio para plantar.
Em 1942 chegou na região um coletor, o Senhor Moisés da Rocha França, vindo de Salvador para cobrar impostos para o Estado, já que aqui se tornara fronteira de passagem de boiadas para o Estado de Pernambuco.
Ao chegar, Moisés, gostou muito do lugar. Achou que o lugar poderia ter um futuro promissor. Mandou desmatar, fez um porto e construiu uma casa de tijolos para ele morar com a família e depois construiu mais sete para vender ou alugar, todas de tijolos. E assim começou a organizar o povoado.

As boiadas iam aumentando e a travessia dos bois ficava mais difícil através do rio, então o Senhor Policarpo teve a idéia de mandar fazer uma balsa para atravessar os bois. Era uma balsa à vela como a foto anexa. Até então não existiam carros. O Senhor Policarpo comprou um jipe. Depois foram surgindo outros veículos na região e, como não tinha balsa para atravessar os carros, os barqueiros adaptaram a balsa de atravessar os bois para atravessar os carros também.

Os primeiros remeiros foram Antonio Alves, Elói da Silva e Manoel Dias.
No ano de 1945 foi introduzida a primeira balsa a motor. Era de madeira, tinha o nome de Santa Luzia e pertencia ao Senhor Policarpo Rodrigues de Lima.
No início dos anos 50 já existiam outras balsas que pertenciam a Brício Tolentino Lima e José Alventino Lima e o povoado já se encontrava bem organizado. O negócio das balsas tornou-se tão lucrativo que, um projeto para uma ponte sobre o Rio São Francisco a pedido do Senhor Moisés ao Governo do Estado, nunca foi realizado. Os donos das balsas não aceitaram e a força política falou mais alto.

O São Francisco oferece em abundância as mais variadas espécies de peixes.
Ao lado poente existiam duas fazendas, Cachoeira e Rosário, separadas da Barra pelo Riacho Grande onde residiam muitas famílias. Lá cultivavam, nas duas fazendas eram cultivadas as mesmas culturas: a mandioca. Eles exploravam esse produto fazendo a farinha, o polvilho e o beiju pelas técnicas tradicionais das antigas “casas de farinha”.
A primeira “venda” foi do Senhor Pedro Pereira. A primeira farmácia foi de Pascoal Almeida, A primeira loja de tecidos era do Senhor Lucas Alventino a feira era embaixo de uma árvore.

O Mercado foi construído em 1960 pelo prefeito Dorotheu Pacheco de Menezes. A primeira professora foi Osvalda Soares dos Santos, natural de Rodelas que pouco tempo depois veio a falecer. Para substituí-la veio a sua irmã Dulce Soares de Moura.
Em 1964, o povoado passa a contar com um grupo escolar construído por Dorotheu Pacheco de Menezes, no seu segundo mandato. Nesse  mesmo ano formava-se professora, uma filha do lugar, Ivanilde Gomes de Souza Ramos, que foi a primeira professora a trabalhar nesse grupo escolar. Para auxiliar a professora estadual, o prefeito nomeou as Senhoras Neci Fonseca e Maria Iaia Fonseca.
Na época a escola não era registrada. A professora Ivanilda foi à capital e junto com o prefeito Dorotheu Pacheco, conseguiram registrá-la com o nome de Escola Estadual de Barra do Tarrachil.
O Centro Educacional Castro Alves foi fundado por, Pascoal de Almeida lima, quando foi prefeito de Chorrocó.

Depois que o povoado já estava organizado, foi construída a igreja por Saturnino Almeida, Coletor Estadual, e o Senhor Pedro Pereira. Primeiro eles pediram ajuda à comunidade, mas, a maior parte do dinheiro foi deles dois.. Foi celebrada a primeira missa na Igreja de São Francisco de Assis pelo Padre Pedro Campos Monteiro, no ano de 1959, a partir daí, todos os anos, no dia quatro de outubro se comemora a Festa de São Francisco, Padroeiro de Tarrachil.

O encerramento da festa era com uma procissão fluvial. O andor saia da Igreja levando a imagem de São Francisco, em direção do rio. Lá chegando entravam na balsa e iam até o meio do rio cantando, rezando e soltando fogos. Os barcos pequenos e as outras balsas acompanhavam o cortejo levando o povo através do rio.
Merece destaque em Barra do Tarrachil o trabalho de D.Ercília Fonseca de Souza (D.Necy) à frente dos trabalhos da Igreja
Este é um resumo da história da Velha Barra do Tarrachil.

Fonte: Professora Neuza Rios Menezes/Chorrochoemfoco
Imagens: Blog Barra fuxico

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